Esses números refletem o desempenho do Internacional exclusivamente no Brasileirão, onde a equipe passou por duas fases distintas sob a direção de dois técnicos: Eduardo Coudet e, posteriormente, Roger Machado.
Início com Eduardo Coudet: Conhecido por seu estilo de jogo intenso e de controle, Coudet buscava manter a posse de bola e pressionar os adversários, priorizando transições rápidas para o ataque. Sua filosofia gerou uma média de posse de bola de 51.9% e uma organização de passes precisa, com 82.3% de acerto. No entanto, sua passagem enfrentou desafios na conversão de oportunidades em gols, o que gerou alguns empates e jogos sem vitória, trazendo questionamentos sobre a efetividade ofensiva do time. Apesar disso, a defesa mostrou-se sólida com 0.9 gols sofridos por partida, uma marca positiva que reflete consistência defensiva. A comunicação com os atletas e a diferença cultural também podem ter influenciado o processo de adaptação e a busca pela estabilidade.
Transição com Roger Machado: Quando Roger assumiu, a equipe apresentou uma abordagem ligeiramente diferente, embora baseada na mesma filosofia de controle de posse. Roger adicionou uma dinâmica de toques curtos e rápidos, que trouxe mais organização na fase ofensiva, e manteve a base de Coudet em relação à posse de bola. Em 18 partidas, Roger alcançou 9 vitórias, 7 empates e sofreu apenas 1 derrota, sugerindo um time mais eficaz na criação e finalização das jogadas. Esse ajuste no ritmo ofensivo permitiu um maior aproveitamento das oportunidades, diminuindo a quantidade de pontos perdidos.
Os Estilos de Coudet e Roger São Realmente Distintos?
Ao analisar com mais profundidade, percebe-se que os estilos de Coudet e Roger não são fundamentalmente distintos, mas sim variantes de uma abordagem focada em posse de bola e transições rápidas. Ambos os técnicos valorizam o controle do jogo e a organização ofensiva, mas se diferenciam em aspectos específicos:
Eduardo Coudet: Favorece uma intensidade alta e pressão sobre o adversário, muitas vezes arriscando uma maior exposição defensiva. Seu estilo é conhecido por uma construção de jogo mais direta, onde a posse é usada como uma forma de pressionar o adversário em busca de erros.
Roger Machado: Adota uma versão mais equilibrada e paciente dessa abordagem. Ele opta por toques curtos, mantendo o controle do meio-campo e esperando por oportunidades mais claras. A transição para o ataque sob o comando de Roger é mais controlada, o que permitiu ao Internacional melhorar sua taxa de conversão e reduzir o número de chances perdidas.
Portanto, enquanto os estilos de ambos técnicos têm semelhanças, especialmente no uso de posse de bola, Roger se destaca pela adaptação para um jogo mais estratégico e menos direto, ajustando o ritmo para uma execução mais organizada e menos suscetível a erros defensivos.
Estatísticas de Ataque e Defesa
Ataque: O Internacional mostrou grande produtividade ofensiva, com 42 gols em 31 jogos. O time foi consistente nas finalizações, realizando 14.4 chutes por partida, dos quais 5.2 foram ao gol. Embora o aproveitamento de grandes chances tenha sido de 2.5 por jogo, a equipe ainda perdeu 1.6 grandes chances por partida, indicando espaço para melhorar a eficácia em momentos decisivos.
Defesa: A defesa também foi um ponto forte, com uma média de 0.9 gols sofridos por partida e 9 jogos sem sofrer gols. A equipe teve um desempenho sólido nos desarmes (17.8 por jogo) e interceptações (8.8 por jogo), além de uma média de 50.6 bolas recuperadas por partida, destacando a eficiência na transição defensiva.
Transição e Controle: A posse de bola em 51.9% e a alta precisão nos passes (82.3%) ajudaram o Internacional a dominar o meio de campo, e Roger aproveitou esse controle para sustentar o ataque. A capacidade de reter a posse e a precisão nos passes longos (47.7%) também contribuíram para um jogo mais dinâmico, ajustado ao novo estilo.
Conclusão
A temporada do Internacional reflete uma jornada de adaptação e evolução sob a liderança de dois técnicos que, embora apresentem estilos distintos, compartilham uma filosofia comum de controle de posse de bola. A transição de Eduardo Coudet para Roger Machado não apenas preservou os fundamentos do jogo, mas também refinou a abordagem tática, resultando em uma maior organização e aproveitamento ofensivo. Roger, ao implementar um jogo mais estratégico e menos arriscado, melhorou significativamente a eficiência do time, solidificando a posição do Internacional na competição e mostrando que a evolução no futebol muitas vezes depende da continuidade e da adaptação às circunstâncias do jogo.
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